O Potencial Terapêutico dos Agonistas do GLP-1R na Doença de Alzheimer

  • Sónia Alexandra Silva
  • S. Cunha
  • C.F. Ribeiro
  • T. Cruz
Palavras-chave: Doença de Alzheimer, diabetes mellitus tipo 2, insulina, agonistas do recetor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon, neuroprotecção, placas amiloides, emaranhados neurofibrilhares.

Resumo

A doença de Alzheimer é a doença neurodegenerativa mais comum e é caracterizada pela deterioração progressiva e irreversível das funções cognitivas. As principais características histopatológicas da doença de Alzheimer compreendem a presença de placas amiloides extracelulares e de emaranhados neurofibrilares intracelulares. Apesar do conhecimento sobre a doença ser cada vez maior, ainda carece de uma terapêutica eficaz e capaz de reverter ou, até mesmo, retardar a progressão da doença, constituindo assim um desafio para a investigação científica e ganhando impulso nas últimas décadas.
Estudos epidemiológicos sugerem que a diabetes mellitus tipo 2 constitui um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, provavelmente devido à disfunção da sinalização da insulina e insulinorresistência nos tecidos cerebrais. Nesta perspetiva, tem sido recentemente sugerido que medicamentos originalmente desenvolvidos para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 constituam uma abordagem terapêutica eficiente contra o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Um crescente número de estudos pré-clínicos sugere que os agonistas do recetor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (glucagon-like peptide-1, GLP-1), como o exenatido, o liraglutido e o lixisenatido, sejam potenciais fármacos na terapêutica da doença de Alzheimer.
Assim, o presente artigo pretende rever o papel da insulina na doença de Alzheimer e analisar de que forma os agonistas do recetor do GLP-1 podem constituir um potencial terapêutico prevenindo a progressão da patologia.

Publicado
2020-06-01