Aprendizagem da técnica inalatória em doentes com DPOC

  • Duarte Araújo
  • Pedro Teixeira
  • Venceslau Pinto Hespanhol
  • Jaime Correia-de-Sousa

Resumen

Objetivos: Avaliar se o ensino correto da técnica inalatória em doentes com DPOC a pode melhorar de uma forma sustentada e quais as caraterísticas dos inaladores e dos doentes que lhe estão associados.
Métodos: Doentes ≥ 40 anos com DPOC estável e diagnosticados de acordo com os critérios do GOLD foram avaliados em duas consultas médicas com um intervalo de dez a doze meses entre elas. Inicialmente foi aplicado um questionário demográfico e clínico e o Questionário de Crenças sobre Medicamentos. Na avaliação da técnica inalatória foi usada uma tabela de passos necessários para um correto uso dos inaladores e erros críticos.
Posteriormente, a todos os participantes foi feito ensino e permitido treino com inaladores contendo placebo, até ao seu uso correto. Na segunda consulta foi feita uma reavaliação da técnica inalatória.
Resultados: Avaliamos 170 participantes realizando 266 manobras inalatórias com 10 diferentes inaladores.
Registou-se uma melhoria no número de erros críticos em todos os tipos de inaladores, com significado estatístico naqueles que mais facilmente informavam o doente de que a inalação fora correta. A melhoria da técnica inalatória relacionou-se significativamente com o score do CAT. No subgrupo de doentes que melhoraram sua técnica inalatória, os homens tiveram uma média do score de necessidades do BMQ significativamente maior do que as mulheres.
Conclusões: Uma significativa melhoria da técnica inalatória foi observada nos inaladores que mais facilmente informam o doente sobre a correção da técnica inalatória. Os doentes mais sintomáticos mantiveram uma correta técnica inalatória de forma mais sustentada. As crenças sobre a necessidade do uso de inaladores estão associadas a uma melhor aprendizagem da técnica inalatória nos homens com DPOC.