Interações farmacológicas – Um trabalho de investigação
Resumen
Introdução:A multimorbilidade/polifarmacologia e consequentes interações medicamentosas são uma realidade nos idosos. O médico pode recorrer a plataformas online para garantir a segurança da sua prescrição. Objetivo: Estudar a prevalência e gravidade das potenciais interações medicamentosas de uma amostra de idosos de uma USF e identificar as graves mais frequentes. Metodologia:Estudo observacional em junho/17 a amostra aleatória (IC 95%; ME 5% e resp de 50%) dos idosos que recorreram à consulta programada de 2 médicos. Registaram-se os dados epidemiológicos e a terapêutica. Utilizou-se a plataforma Medscape–Multi-drug Interaction Checker® para classificar as interações. Análise estatística descritiva e inferencial. Resultados:117 idosos, idade 74±7 (µ±dp), 43% masculino, as mulheres eram mais velhas (p=0.004). 97% tomavam um ou mais fármacos (µ 6±3fármaco/pessoa) e 73% tinham interações (µ7±7). Encontraram-se 572 possíveis interações em 85 doentes, 60 graves (n=44;38% pessoas), 363 para monitorizar (n=76;65% pessoas) e 149 minor (n=51;44% pessoas). Idade superior e mais fármacos associaram-se a mais interações totais e para monitorizar (p<0.05). Não houve diferença na existência de interações graves por idade, sexo ou nº de fármacos. As interações graves mais frequentes foram associadas ao risco aumentado de 1) rabdomiólise/miopatia (30% - estatinas); 2) antagonismo farmacodinâmico e diminuição da função renal em 25% (anti hipertensores +AINEs); 3) síndrome serotoninérgico em 18% (coadministração de antidepressivos); 4) aumento do intervalo QT (8%); 5) aumento dos níveis de varfarina (8%) e 6) toxicidade da digoxina (7%). Discussão/Conclusão:As interações medicamentosas foram muito frequentes e as mais graves relacionaram-se com a dislipidémia, hipertensão e depressão. O domínio destes fármacos é fundamental para a segurança dos doentes.