Editorial

  • Franklim Marques

Abstract

Cada vez mais a palavra de ordem em Portugal é PREVENIR. No caso específico do Sistema Nacional de Saúde, a prevenção é a única forma de assegurar a sua sustentabilidade a longo prazo, bem como incrementar a qualidade do tratamento da saúde em Portugal.
De facto, é premente, por um lado, apostar na prevenção da doença e, por outro, investir na saúde e valorizar positivamente os fatores que a determinam.
A promoção da saúde passa, inevitavelmente, pela educação dos cidadãos e da sociedade em geral, com vista à diminuição da incidência e longevidade da coença. Desta feita, os indivíduos deverão intervir de forma mais ativa na gestão da sua própria saúde.
Em última instância, preconiza-se a prestação de uma maior diversidade de serviços integrados e baseados na comunidade que deem resposta às necessidades efetivas da população, assentes numa maior participação dos cidadãos e dos doentes, bem como nos impactos potenciais dos novos conhecimentos e tecnologias. Importa assim investir numa permanente atualização científica com vista à melhoria dos serviços de saúde e à redução da despesa.
Neste contexto, deve haver um alinhamento político, económico e social, em prol da prevenção e promoção da Saúde.
As farmácias e os farmacêuticos têm um papel de destaque na promoção da melhoria da qualidade de vida e da saúde das populações, pois atuam ao nível da prevenção, promoção e educação para a saúde. Paulatinamente, a prestação de serviços pelas farmácias, bem como o seu relacionamento com o Serviço Nacional de Saúde tem evoluído nesse sentido.
Gradualmente têm sido implementados e enquadrados a nível regulamentar serviços no âmbito da Saúde Pública, como por exemplo, o serviço de vacinação contra a gripe, disponível nas farmácias desde 2008, cujos resultados foram muito positivos no respeitante ao acesso e cobertura vacinal, bem como à elevada satisfação da população.
Progressivamente assiste-se a uma maior aproximação entre os cuidados de saúde e cooperação interprofissional, assente no trabalho desenvolvido a nível local pelas Unidades de Saúde Familiares e farmácias, no sentido da implementação de um modelo colaborativo de intervenção em Saúde Pública.
É do senso comum que a sociedade portuguesa e o sistema de saúde enfrentam desafios não só de sustentabilidade económica, mas também de melhoria de qualidade de vida e do estado de saúde da população, pelo que, para inverter esta situação é fundamental potenciar sinergias e modelos que conduzam ao desenvolvimento e implementação de um programa estruturado na área da Educação, Prevenção e Promoção da saúde.