https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/issue/feedActa Farmacêutica Portuguesa2025-07-13T14:14:49-07:00Anabela Martinsanabeladacosta.m@gmail.comOpen Journal Systems<p>Acta Farmacêutica Portuguesa é uma revista de caráter científico que funciona na modalidade de revisão prévia dos textos submetidos ao corpo editorial constituído por peritos em anonimato mútuo (<em>peer review</em>).</p> <p>Integra um vasto leque de questões relacionadas com as Ciências da Saúde, as Ciências Farmacêuticas e os Cuidados Farmacêuticos, publicando artigos de diferentes tipos: artigos de revisão, artigos originais, artigos de divulgação, editoriais e opiniões. Periodicamente, publica números especiais dedicados a áreas específicas da Saúde e das Ciências Farmacêuticas.</p> <p>É essencialmente dirigida todos os que se interessam pelas Ciências da Saúde, em particular, académicos, alunos e profissionais vinculados a estas áreas.</p>https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/465Acta Farmacêutica Portuguesa2025-07-13T03:32:00-07:00Félix Dias Carvalhomarialuis@ofnorte.pt<p>Num contexto de crescente complexidade medicamentosa, envelhecimento populacional e múltiplos desafios à sustentabilidade dos sistemas de saúde, o papel do farmacêutico revela-se mais relevante do que nunca. Atualmente os farmacêuticos são profissionais altamente qualificados, detentores de competências clínicas, científicas e comunicacionais que os tornam elementos centrais na promoção da saúde, na prevenção da doença e na gestão medicamentosa. Estão presentes em todas as etapas da sequência de cuidados, com um olhar atento, técnico e humano que se traduz em ganhos concretos para os doentes e para o SNS.<br>A Doença Inflamatória Intestinal (DII), patologia crónica de base imunológica, exige um acompanhamento rigoroso e contínuo. Um estudo nacional, baseado na dispensa de medicamentos entre 2017 e 2022, a 4200 doentes em 18 hospitais portugueses, demonstrou que os tratamentos biológicos são o pilar no tratamento da DII moderada a grave, pelo que foi necessário, em muitos casos, ajustar os esquemas medicamentosos à realidade clínica de cada doente. Mais de 70% das medicações foram administradas de acordo com o previsto, mas, em cerca de um quarto dos casos com ustekinumab, a frequência foi superior à recomendada, indiciando escaladas de dose. Nestes contextos, o farmacêutico assume um papel determinante na monitorização da medicação, na vigilância de adesão e na promoção do uso racional do medicamento, assegurando uma articulação eficaz com os restantes profissionais de saúde.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/466Descrição de vida real dos padrões de tratamento de terapêuticas avançadas para a Doença Inflamatória Intestinal em Portugal2025-07-13T03:41:32-07:00Diana Alvesdiana.alves@abbvie.comRicardo Prataricardo.prata@abbvie.com<p>A doença inflamatória intestinal (DII) é uma doença imunológica complexa. As terapêuticas biológicas são a chave para o tratamento da DII moderada a grave em doentes que falham ou são intolerantes ao tratamento convencional. No entanto, existem alguns doentes para os quais, para manter uma resposta adequada, é necessário ajustar a frequência das terapêuticas em relação ao que está aprovado ou recomendado no resumo das características do produto.<br>O objetivo deste estudo foi descrever retrospetivamente os padrões de tratamento de vida real das terapêuticas avançadas para a DII em Portugal durante a fase de manutenção do tratamento, utilizando dados de uma base de dados nacional de dispensa de medicamentos, entre abril de 2017 e fevereiro de 2022. <br>Foram incluídos 4.200 doentes seguidos em 18 hospitais portugueses. Nas terapêuticas avançadas de primeira linha, 53,7% dos doentes estavam em infliximab, 28,6% em adalimumab, 12,6% em vedolizumab, 3,7% em ustecinumab, 1,2% em golimumab e 0,2% em tofacitinib. 756 doentes (18,0%) mudaram para outra terapêutica avançada (segunda linha). Dos doentes que estavam em primeira linha e mudaram, 38% estavam a tomar golimumab, 21,4% a vedolizumab, 19,7% a adalimumab, 17,1% a infliximab e 1,3% a ustecinumab. Verificou-se que mais de 70% de todas as terapêuticas avançadas foram dispensadas de acordo com o intervalo de dispensa previsto. Em 10,3% dos doentes tratados com infliximab e 23,7% tratados com ustecinumab, os medicamentos foram dispensados com maior frequência. <br>Mais de 80% dos doentes com DII moderada a grave foram tratados com uma terapêutica anti-TNF-α na primeira linha. Na segunda linha, a maioria estava a tomar ustecinumab ou vedolizumab. Apesar de mais de 70% dos doentes terem dispensado o medicamento, aproximadamente ¼ dos doentes tratados com ustecinumab têm uma maior frequência de dispensa de medicamentos, mostrando que a escalada da dose pode ter um papel na prática clínica portuguesa.</p> <p><br><strong>Palavras-chave:</strong> doença inflamatória intestinal, terapia avançada, tratamento de vida real, dispensa de fármacos.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/469LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC): revisão integrativa da literatura sobre relatos de casos de tratamento com Miltefosina2025-07-13T04:02:30-07:00Daniela Cristina Silva Borgesdaniela.borges@faculdadepatosdeminas.edu.brPaulo Rufino Paulino Vieirapaulo.vieira@faculdadepatosdeminas.edu.brSandra Regina Afonso Cardoso sandra.cardoso@faculdadepatosdeminas.edu.brSaulo Gonçalves Pereirasaulobiologo@yahoo.com.br<p>A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença parasitária grave, causada pelo protozoário <em>Leishmania spp</em>, que representa um significativo problema de saúde pública em diversas regiões do mundo, incluindo no Brasil. A Miltefosina é um medicamento que se tem mostrado promissor na terapia da doença. Percebe-se a necessidade de reunir e analisar criticamente os relatos de casos disponíveis na literatura científica sobre o uso de Miltefosina, visando compreender de forma abrangente os resultados obtidos com essa terapia. A análise das evidências disponíveis permitirá identificar lacunas no conhecimento e estimular a realização de novos estudos clínicos controlados e randomizados. Deste modo, o objetivo desta pesquisa foi elaborar uma revisão integrativa da literatura sobre estudos de caso de cães acometidos LVC e que foram tratados com Miltefosina apresentando o tratamento e prognósticos. O material foi levantado na plataforma do Google Académico e Bvs em artigos e trabalhos de conclusão de curso publicados entre 2019 e 2024. As conclusões indicam que a Miltefosina demonstrou eficácia na redução da carga parasitária em cães afetados pela LVC, contribuindo para a melhoria do prognóstico e da qualidade de vida dos animais tratados.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Leishmaniose Visceral Canina, LVC, tratamento veterinário, saúde pública, Milteforan®.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/468Consciência, Corpo e Emoções: Uma Nova Perspetiva2025-07-13T04:38:46-07:00Alina Nogueiraalinanog@hotmail.comAna Cristina Santosanacristinagaspar95@gmail.com<p>Este ensaio propõe uma nova forma de olhar para a consciência, sugerindo que a sua origem está nas sensações do corpo e não na atividade racional. Através do conceito de interocepção - a capacidade de perceber os sinais internos do organismo - defende-se que sentimentos ligados à manutenção do equilíbrio do corpo, como a dor, a fome, a sede ou o desconforto, são a base da experiência consciente. Esses sinais fisiológicos, por vezes subtis, não só influenciam aquilo que fazemos e decidimos, como moldam a ideia que temos de nós próprios e a forma como nos relacionamos com os outros e com o mundo à nossa volta.<br>Ao longo do texto, faz-se a distinção entre sentimentos e emoções, e apresentam-se modelos da neurociência que mostram como o cérebro antecipa, interpreta e regula esses sinais vindos do corpo. A consciência é vista, assim, como um processo vivo e em constante mudança, que resulta da interação entre o corpo, o cérebro e o contexto em que nos encontramos. Esta perspetiva traz consigo implicações clínicas relevan- tes, destacando-se as práticas terapêuticas centradas no corpo, como o <em>mindfulness</em>, o <em>biofeedback</em> e as abordagens psicoterapêuticas orientadas para a regulação emocional.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Sentimentos homeostáticos, consciência, interocepção.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/470Aspetos relacionados com a saúde bucal em pessoas mais velhas2025-07-13T04:14:21-07:00Carlos Masiscarlos.masis@ucr.ac.crLao Normanorma.lau@ucr.ac.crLuis Jiménezluis.jimenezherrera@ucr.ac.crLuisa Villanuevaluisa.villanueva@ucr.ac.cr<p>As pessoas mais velhas podem estar expostos a diversos fatores que influenciam negativamente a sua saúde. Este estudo teve como objetivo descrever os principais fatores de risco associados com a saúde bucal da população mais velha. Trata-se de um estudo observacional, retrospetivo e transversal, realizado com pessoas mais velhas residentes em Los Guido de Desamparados, Costa Rica, mediante consentimento informado. A amostra inicial contou com mais de 300 indivíduos, tendo sido incluídos na análise os dados de 203 participantes que aceitaram colaborar, distribuídos em três áreas: Farmácia, Gerontologia e Odontologia.<br>O estudo seguiu uma abordagem mista, envolvendo: a) avaliação odontológica profissional e b) visita domiciliária para recolha de dados sociodemográficos e clínicos. Dos participantes, 140 (63%) eram mulheres e 63 (31%) homens, com predominância na faixa etária entre os 70 e os 79 anos. Verificou-se que 45% tinham o ensino básico completo, 39% tinham entre cinco e oito filhos, e 86% viviam acompa- nhados. A maioria não consumia bebidas alcoólicas (83%) nem fumava (73%). No que respeita à saúde oral, 80 indivíduos apresentavam desdentação total com uso de próteses, e 166 (81%) necessitavam de prótese dentária. Além disso, 77% não utilizavam fio dentário, 70% não faziam uso de elixir oral, e 62% não consultavam o dentista há mais de um ano. Cerca de 50% apresentavam má condição bucal. A nível farmacológico, 78% tomavam medicamentos com potencial impacto na saúde oral, pertencentes a um a dez grupos farmacológicos, sendo que 44% estavam medicados com fármacos de três a quatro grupos da Classificação Anatómico-Terapêutica-Química.<br>Os dados revelam que as pessoas mais velhas enfrentam múltiplas situações que influenciam negativamente a sua saúde bucal, associadas a fatores como nível de escolaridade, contexto familiar, ausência de dentes (com ou sem prótese), hábitos de higiene oral e uso de medicamentos. Conclui-se que quanto maior o número de fatores envolvidos, maior é a probabilidade de desenvolvimento de problemas orais. É, portanto, essencial desenvolver estratégias multidisciplinares para identificar, monitorizar e mitigar o impacto destes fatores, de forma a melhorar a qualidade de vida da população mais velha.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> pessoas mais velhas, medicamentos, gerontologia, odontologia, farmácia.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/471Perceção dos Farmacêuticos Portugueses sobre a Desprescrição: Resultados de um Inquérito Nacional2025-07-13T14:13:33-07:00Sandra Fariasandra.silvafaria@ulsm.min-saude.ptSofia Pintosofia.carvalhodasilva@gmail.com<p>Introdução: A polimedicação é comum entre as pessoas mais velhas que, se não for utilizada de forma correta, poderá ser problemática. A revisão terapêutica e a desprescrição tornam-se assim práticas cruciais para garantir tratamentos mais seguros e eficazes. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento, perceções, atitudes e desafios dos farmacêuticos portugueses relativamente à desprescrição.<br>Método: Estudo transversal, observacional e descritivo realizado através de um questionário online dirigido aos farmacêuticos portugueses, entre 11 de março e 8 de abril de 2025. Foram incluídas questões sociodemográficas e, de seguida, questões relacionadas com a polimedicação e a desprescrição. Os dados foram analisados com recurso ao Microsoft Excel.<br>Resultados: Neste estudo foram recolhidas 231 respostas. Apenas 14,7% dos participantes utilizam uma me- todologia formal, apesar de quase 55% sugerirem desprescrição na prática clínica. A polimedicação, em 98% dos casos, é considerada muito frequente; as benzodiazepinas, os anti-inflamatórios não esteróides e os inibidores da bomba de protões foram considerados os principais candidatos à desprescrição. A falta de formação, tempo e de comunicação com os médicos foram os principais obstáculos encontrados. Constatou-se que 71,9% nunca receberam formação especializada, apesar de 74,5% conhecerem o conceito de desprescrição. A desprescrição é considerada vantajosa, nomeadamente para evitar efeitos secundários e diminuir a utilização de medicamentos potencialmente inadequados.<br>Discussão: Os farmacêuticos portugueses têm um envolvimento prático limitado devido à falta de procedimentos, comunicação com o médico e formação especializada, apesar da sua compreensão teórica da desprescrição. No entanto, estão recetivos a um papel mais ativo, particularmente em modelos de cuidados colaborativos. <br>Conclusão: Para reforçar o papel do farmacêutico na desprescrição é essencial apostar na formação contínua e promover a sua integração em equipas multidisciplinares, favorecendo uma abordagem centrada no doente. Os dados podem apoiar estratégias para integrar a desprescrição na prática farmacêutica.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> desprescrição, medicamentos potencialmente inapropriados, farmacêuticos, segurança do doente, farmácia clínica.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor https://actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/472Postura, movimento e dor: epistemologias2025-07-13T04:21:33-07:00Luís Coelhocoelholewis@hotmail.com<p>Do Corpo/“Espírito” enquanto imediaticidade nada poderia ser dito; para isso seria preciso o ato mefistofélico do pensamento, suposta liberdade racional a atentar a divisão, sem a qual não seria possível colocar a filosofia numa posição que, de ora em diante, será o próprio movimento. A analogia é uma necessidade, atendendo à permuta incessante entre Fisioterapia e Filosofia, com o propósito de ver a Unidade nas obrigatórias prestações do olhar.</p>2025-07-13T00:00:00-07:00Derechos de autor