O papel dos gabapentinóides na dor neuropática

  • Ana Carolina Moura Pereira
  • Salomé Costa e Silva

Resumo

A dor neuropática é provocada por uma alteração no sistema somatossensorial e afeta uma percentagem significativa da população, pelo que é essencial um diagnóstico atempado para permitir um tratamento dirigido e adequado. De acordo com as normas de atuação clínica na atualidade, entre os tratamentos de primeira linha para a dor neuropática encontramos os gabapentinóides. Os gabapentinóides foram pensados originalmente para o tratamento de epilepsia, mas atualmente encontra-se indicado para o tratamento de outras patologias. A pregabalina e a gabapentina são os gabapentinóides com maior utilização na prática clínica e robustez científica associada que permite distinguir as suas propriedades farmacológicas e a sua potência analgésica. Apesar da elevada semelhança ao neurotransmissor GABA (ácido α-aminobutírico), os gabapentinóides não se ligam aos recetores GABA e os seus mecanismos de ação continua a ser alvo de estudos e formulação de hipóteses para compreender de que forma é que interferem na excitabilidade neuronal e produzem o seu efeito analgésico. Como todos os fármacos, também é extremamente relevante avaliar os efeitos nefastos que a utilização destes fármacos acarreta aos doentes. A pregabalina apresenta-se como o gabapentinóide com maior potência analgésica, contudo com o surgimento de um novo gabapentinóide este paradigma pode ser alterado. É essencial mobilizar a investigação para a criação de terapêuticas mais direcionadas e que permitam tratamentos mais eficazes da dor neuropática e melhoria da qualidade de vida dos doentes.

Publicado
2023-07-11