Adesão à terapêutica: Osteodistrofia Renal

  • M. J. Moura Pós-Graduação em Cuidados Farmacêuticos, Secção Regional Porto, Ordem Farmacêuticos, Portugal. Farmacêutica, Diaverum, Investimentos e Serviços Lda, Portugal
  • A. L. Azevedo Pós-Graduação em Cuidados Farmacêuticos, Secção Regional Porto, Ordem Farmacêuticos, Portugal. Farmacêutica, Farmácia Fernandes Machado, Portugal.
Palavras-chave: adesão terapêutica, osteodistrofia renal, intervenção farmacêutica, hemodiálise, doença renal crónica

Resumo

A adesão à terapêutica é um indicador de qualidade nos sistemas de saúde particularmente relevante na doença crónica. As estratégias terapêuticas actualmente instituídas para o tratamento da doença renal crónica, comorbilidades e complicações associadas implicam frequentemente o uso de um elevado número de medicamentos, condicionando a adesão do doente, e conduzindo ao aumento de hospitalizações, reacções adversas e progressão da doença. Desta forma, a avaliação e a implementação de estratégias são fundamentais.

O farmacêutico tem um papel fundamental na promoção da adesão à terapêutica, através de aconselhamento, intervenções comportamentais, entre outras intervenções que demonstraram ser eficazes.

O objectivo deste trabalho é a proposta de um modelo de intervenção na adesão à terapêutica na osteodistrofia renal em doentes insuficientes renais crónicos em hemodiálise. O modelo proposto envolve a avaliação da adesão à terapêutica e a promoção através da intervenção de uma equipa multidisciplinar (médico, farmacêutico, enfermeiro, nutricionista, assistente social) e posterior follow-up para avaliação da estratégia implementada.

A população seleccionada são doentes renais crónicos em hemodiálise, com sessões e terapêutica para o tratamento da osteodistrofia renal há mais de 6 meses, e com parâmetros analíticos não controlados. Propõem a implementação de um questionário/entrevista para avaliação das variáveis (socio-demográficas, relaciona- das com a família, serviços de saúde e com o conhecimento sobre a doença, clínicas). Como metodologia de avaliação da adesão propõem a adaptação da escala simplificada para detecção de problemas de adesão terapêutica. Nos doentes não aderentes e conhecendo os factores envolvidos será delineado um programa de promoção da adesão ao regime terapêutico nos diferentes níveis, com intervenções registadas em formulário.

A intervenção pró-activa do farmacêutico na doença renal crónica conduzirá à diminuição do número de hospitalizações e do número de medicamentos instituidos na terapêutica, promovendo a utilização adequada da medicação por parte do doente e a melhoria dos resultados clínicos. 

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