A infecção por HIV – importância das fases iniciais e do diagnóstico precoce

  • Sónia Loreto Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Portugal
  • José M. Azevedo-Pereira Unidade dos Retrovírus e Infecções Associadas-Centro de Patogénese Molecular, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Portugal
Palavras-chave: HIV, Infecção primária, Diagnóstico, Terapêutica anti-retroviral

Resumo

A infecção aguda/primária é definida como o período de tempo que vai desde a infecção pelo HIV até ao início da resposta imunitária. Nesta fase ocorre uma intensa replicação viral (com valores de virémia até 108 cópias de RNA/mL de plama), com disseminação visceral e pelos tecidos linfóides, e uma diminuição acentuada dos linfócitos T CD4+. Nos tecidos linfóides associados ao aparelho digestivo – GALT (“gut-associated limphoid tissue”), a perda de células T CD4+ de memória é maioritariamente irreversível e apresenta profundas consequências imunológicas, que eventualmente se manifestam, a médio/longo prazo, na falha das defesas do hospedeiro e na consequente progressão para SIDA. A intervenção terapêutica na fase aguda da infecção por HIV é, face ao exposto, extremamente importante na redução dessa depleção e, consequentemente, no diminuição da taxa de progressão para SIDA.

O diagnóstico precoce da infecção primária pelo HIV é fundamental dado os indiscutíveis benefícios do tratamento iniciado nessa fase e que se podem resumir no conceito de que quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior será a eficácia na preservação da imunidade e menor a taxa de progressão para a doença. Além disso, ao permitir a identificação precoce destas infecções, permite, também, que se tomem medidas preventivas afim de evitar a transmissão do vírus numa fase caracterizada por elevadas cargas virais e, portanto, por uma elevada infecciosidade. 

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