A importância da assistência farmacêutica para o diagnóstico e controle de hepatite C em detidos

  • Guilherme Barroso Langoni de Freitas
Palavras-chave: Epidemiologia, HCV, Prisões, Saúde Pública

Resumo

Avaliar os fatores de risco e a prevalência de hepatite C (HCV) em uma cadeia pública brasileira e criar protocolos de controle, orientação e diagnóstico. Foram convidados a participar todos os 315 internos, de ambos os sexos, da 14a carceragem da Delegacia da Polícia Civil de Guarapuava. Utilizaram-se testes imuno-rápido para HCV e questionário para avaliar a prevalência da doença e caracterizar perfis dos detidos, respectivamente. Mensurou-se baixa prevalência para a HCV (0,7%), contudo, somente 136 detidos concordaram em participar dos testes. Há alta exposição à fatores de risco, e.g. compartilhamento de materiais perfurocortantes, realização de tatuagens dentro das celas e uso de droga injetáveis. A ausência de parte dos detidos nos exames realizados pode ter gerado resultado falso-negativo, pois alguns já apresentavam outras doenças soro transmissíveis como HIV e hepatite B, mas se recusaram a participar. Apesar da baixa prevalência, o risco de transmissão é altíssimo devido à falta de exames rotineiros, alto fluxo de detidos e péssimas condições higiênicas. Um protocolo de triagem e orientações foi desenvolvido e apresentado aos responsáveis locais. Conclusões. Constatou-se baixa prevalência, porém, com forte indício de falso-negativo e risco de endemia. A triagem desenvolvida reduzirá o risco de contágio e desenvolvimento da fase crônica da doença dentro do setor prisional. Os presos foram orientados sobre sintomas e formas de transmissão, o que pode reduzir o risco de exposição. Esta pesquisa conseguiu implantar um sistema de orientação e controle da doença, o qual poderá ser ampliado para outras cadeias e penitenciárias.