Preparações oftálmicas – novas estratégias para a promoção da biodisponibilidade

  • Hugo Almeida
  • Ana Catarina Silva
  • Maria Helena Amaral
  • Paulo Lobão
  • José Manuel Sousa Lobo
Palavras-chave: Preparações oftálmicas, nanossistemas, polímeros, nanopartículas

Resumo

As preparações oftálmicas apresentam como principal vantagem o facto de poderem ser facilmente administradas pelo paciente. No entanto, estas preparações apresentam várias desvantagens, entre as quais se destaca o tempo de residência diminuto da formulação na superfície do globo ocular, o que condiciona a eficácia do fármaco veiculado. Desta forma, existem diversas estratégias que podem ser adotadas para aumentar o tempo de residência da formulação na superfície ocular, aumentando, de forma exponencial, a biodisponibilidade e a eficácia terapêutica do fármaco. Entre estas estratégias destacam-se a inclusão na formulação de agentes viscosificantes, polímeros com propriedades mucoadesivas, polímeros sensíveis a estímulos e ou/a utilização de nanossistemas coloidais, tais como as nanopartículas lipídicas ou poliméricas, os lipossomas, os nanocristais de fármaco, e as nanoemulsões. A utilização destes transportadores coloidais, não só promove a libertação prolongada do fármaco, como também potencia as propriedades mucoadesivas e a capacidade de penetração da formulação nos tecidos oculares. O aumento da biodisponibilidade e da eficácia terapêutica das preparações oftálmicas faz com que estas tenham menos efeitos secundários e sejam necessárias menos administrações, proporcionando, desta forma, uma maior adesão à terapêutica.